data-filename="retriever" style="width: 100%;">Fotos: Gabriel Haesbaert (Diário)/
A pandemia do novo coronavírus alterou a rotina dos pronto-atendimentos de Santa Maria. Os espaços foram reorganizados e novas práticas foram adotadas para atender a nova demanda imposta pela Covid-19. A procura pelo serviço também teve redução em relação ao ano passado. Porém, com a chegada do frio, a tendência é de crescimento da busca pelo serviço de saúde.
Consultas médicas no 1º quadrimestre (DE JANEIRO A ABRIL)
2019
- Pronto Atendimento Municipal _ 34.417
- Pronto Atendimento Ruben Noal _ 13.244
- UPA 24h _ 45.696
2020
- Pronto Atendimento Municipal _ 30.571
- Pronto Atendimento Ruben Noal _ 12.644
- UPA 24h _ 31.997
MOVIMENTO EM CADA UNIDADE
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Durante a manhã desta quarta-feira, o Diário acompanhou o movimento em três locais que prestam o serviço: o Pronto-Atendimento Municipal, no Bairro Patronato, a Unidade de Saúde Ruben Noal, do Bairro Tancredo Neves, e a UPA 24h, junto à Casa de Saúde, no Bairro Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Com a pandemia, a UPA 24h tornou-se referência no atendimento para casos de síndrome gripal e suspeitos de coronavírus, além da traumatologia.
Com as medidas de combate ao coronavírus, iniciadas em março, a procura pelos serviços e o atendimento tiveram redução, se comparado ao mesmo período de 2019.
_ Em março, o Estado deu uma orientação para diminuir consultas eletivas. A partir disso, também diminuíram as viagens de outras cidades. Então, tudo foi organizado para dar alternativas para a população ficar em casa. Não quer dizer que paramos de atender. Todo paciente que precisa, vai na unidade e terá atendimento _ explica o secretário de Saúde Guilherme Ribas.
De acordo com a Secretaria de Saúde, a redução mais expressiva foi na UPA 24h. Em 2019, foram 45.696 consultas médicas no 1° quadrimestre (janeiro a abril). Neste ano, foram 31997 no mesmo período. Conforme a enfermeira Natieli Copetti, a média de atendimentos por turnos de seis horas varia entre 30 e 40 pacientes. Antes da pandemia, esse número chegava a 150.
Às 9h desta quarta-feira, não haviam pacientes aguardando atendimento. Mesmo sendo referência para Covid-19, o local não deixa de atender outras situações urgentes.
Na Unidade de Saúde Ruben Noal, do Bairro Tancredo Neves, que conta com serviço de pronto atendimento, o número de atendimentos também diminuiu com a pandemia, mas, se tomados os números totais de consultas dos quatro primeiros meses de 2020 em relação a 2019, a redução não é tão expressiva: de 13.244 para 12.644.
_ Durante o isolamento, grande parte da população obedeceu e só vinha consultar quando necessário. A partir do momento em que tivemos esse relaxamento nas medidas, já observamos que aumentou o número de atendimentos por situações que não precisariam de urgência. Com o frio, também aumenta bastante o número de pessoas para atendimento por doenças de inverno _ explica Lourdes Schneider, responsável administrativa.
USUÁRIOS RECLAMAM
Por volta de 7h50min, 23 pessoas aguardavam atendimento na parte interna da Unidade. Todas as cadeiras estavam ocupadas, com pessoas sentadas lado a lado. No local, também funcionam serviços de vacinação rotineira e laboratório. A aposentada Irma Fernandes, de 64 anos, aguardava para um exame e se assustou com a aglomeração.
- Eu cheguei aqui e o pessoal estava aglomerado, sem dar espaço. O pessoal da fila estava um perto do outro. É um cuidado que cada um teria que ter _ diz.
A unidade presta um serviço de pré-triagem, em que pessoas que chegam com sintomas gripais, suspeito de coronavírus, é encaminhado para atendimento uma sala separada, sem ingressar na área comum de espera. A prefeitura também informa que foram tomadas medidas de combate ao coronavírus como o distanciamento das cadeiras na sala de espera, de pelo menos 1,5 metro; fornecimento de álcool em gel; uso de máscara, lavagem das mãos, janelas e portas abertas para ventilação e interdição de bebedouros.
No Pronto-Atendimento do Patronato, apenas uma pessoa aguardava atendimento por volta de 8h15min. De acordo com a Secretaria de Saúde, o número de consultas médicas caiu de 34.417, nos quatro primeiros meses de 2019, para 30.571 em 2020, somadas as áreas adulta e infantil. Entretanto, de acordo com a enfermeira Cibelle Mello Vieiro, os atendimentos devem aumentar com a intensificação do frio nas próximas semanas. Costumeiramente, durante o inverno cresce a demanda de atendimento por problemas respiratórios.